sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Há responsabilidades na mulher em refletir o Deus que também é mãe.


Pode uma mãe esquecer-se do filho que amamenta? O Senhor diz: Ainda que ela se esqueça, Eu, todavia, jamais me esquecerei de ti.


(Lucas 15) A parábola do filho pródigo é para mim um dos textos mais comoventes, instigantes e edificantes da bíblia.
No abraço acolhedor que o pai dá no filho que volta para casa, a representação maior do amor incondicional de Deus pela criatura, também pelos homens.
É no mínimo curioso que Jesus associe o amor incondicional de Deus à figura do pai. Não seria melhor uma mãe? Não é ela que geralmente está associada à saudade, braços abertos e perdão? Jesus parece provocar e querer desinstalar as idéias que se têm de Deus apenas numa figura paterna.

A parábola anuncia e provoca uma nova imagem de Deus. A experiência de fé de Jesus permitiu que Ele chamasse Deus de Pai, tirando de Deus aquele ar austero, intocável e distante.
A experiência de fé de Jesus permitiu que ele visse uma relação de pai-filho alicerçada no perdão, no amor incondicional e no abraço.
Esse pai zela pela disciplina na educação dos filhos, mas não a confunde com agressividade ou violência. Coloca limites, mas não os confunde com restrição da liberdade. É um pai que às vezes se fecha e diz não, mas que também arrisca, confia, abre os braços e solta o filho - para depois, se necessário, recebê-lo de volta de braços abertos.
É grande e bela a tarefa da paternidade, pois está associada à imagem de Deus.
Ter boa imagem do pai colabora para que se tenha uma bela imagem de Deus. O filho pródigo não tinha medo do pai, poderia voltar para casa e pedir perdão a qualquer momento. A parábola do Filho Pródigo e do Pai amoroso é uma amostra da paternidade plena.

Deus Pai também é mãe?


Quando leio a mensagem no final do livro profeta Isaías no capítulo 66 vejo como é inovadora e quase escandalosa, pois o Deus Javé compara-se a uma mulher…

"Antes de entrar em trabalho de parto, ela dá à luz; antes de lhe sobrevirem as dores, ela ganha um menino.
Quem já ouviu uma coisa dessas? Quem já viu tais coisas? Pode uma nação nascer num só dia, ou, pode-se dar à luz um povo num instante? Pois Sião ainda estava em trabalho de parto, e deu à luz seus filhos.
Acaso faço chegar a hora do parto e não faço nascer? ", diz o Senhor. "Acaso fecho o ventre, sendo que eu faço dar à luz? ", pergunta o seu Deus.
"Regozijem-se com Jerusalém e alegrem-se por ela, todos vocês que a amam; regozijem-se muito com ela, todos vocês que por ela pranteiam.
Pois vocês irão mamar e saciar-se em seus seios reconfortantes, e beberão à vontade e se deleitarão em sua fartura. "
Pois assim diz o Senhor: "Estenderei para ela a paz como um rio e a riqueza das nações como uma corrente avassaladora; vocês serão amamentados nos braços dela e acalentados em seus joelhos.
Assim como uma mãe consola seu filho, também eu os consolarei; em Jerusalém vocês serão consolados".


Deus é Pai: revelação de Deus adequada ao sistema patriarcal, ex: a figura do pai na parábola do filho pródigo.


Mas Deus não é só Pai, também é Mãe: uma revelação oculta devido ao paradigma cultural predominante, que gerou sempre resistências e preconceitos ao longo da História.
O Deus de Israel compara-se a uma mulher e mãe.
Jesus chorou sobre Jerusalém usando a imagem da galinha (fêmea) que tenta juntar os pintos sob as suas asas.
Nas referencias genealogiacas bíblicas são os homens que aparecem e não as mulheres (“e fulano de tal gerou a cicrano…”), como se fossem eles que desse à luz…


Qual é a consequência de não entender Deus também como mãe?
É projetar as necessidades espirituais e psicológicas humanas numa figura feminina, igualmente humana, e elevá-la às alturas (no Antigo Testamento eram as divindades pagãs, como a “rainha dos céus”; no catolicismo romano é a figura de Maria, chamada Nossa Senhora. O dogma da ascensão de Maria tem menos de 200 anos. O que representa a figura de Maria elevada aos altares? É o modelo da mãe, da mulher, do sofrimento feminino, da intercessora junto do Filho, da poderosa (para responder às orações), e sobretudo uma figura inibida da sua sexualidade (dimensão humana e biológica com a qual o Cristianismo sempre teve dificuldade em lidar).


Compreendo a necessidade humana de uma divindade que não seja traduzida apenas na sua vertente masculina, mas a chave não está na criação artificial de figuras alternativas (deusas pagãs e ou outras), mas na compreensão de Deus na sua plenitude.


Aprenda a olhar para o teu Deus não apenas como Pai, mas também como Mãe, aquele que gera: (“Como alguém a quem consola sua mãe, assim eu vos consolarei”).

A mãe consola não fere os filhos, não agridam seus filhos... Reflita Deus.


2 comentários:

Unknown disse...

Olá amicísima, Adriana!

Só vc e sua personalidade irrequieta e livre para fazermos olhar as atitudes de Deus,para nossa espécie, como nossas mães tem por cada um de nós.
Sublime o texto, e tem que se "orgulhar" desta inteligência e perspicaz que Deus lhe dotou!
Deus abençõe todas as áreas de tua vida!

***Adriana Rocha*** disse...

Non Nattus ontem eu me entristecia e chorava por uma mãe que agride física e psicologicamente seu filho e me lembrei das responsabilidades de mãe em curar, alimentar, proteger, da mesma forma pensava nas respondabilidades de pai que EU cumpro. Se euzinha faço isso tudo, infinitamente mais é Aquele de Quem eu fui gerada. Eu quis consolar minh'alma, fui procurar na bíblia um Deus mãe melhor que todas as mães e achei, encontro tudo Nele, como é bom!

Voltem sempre

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